O Sanya abandonou oficialmente na quinta-feira (22/12) a segunda perna da Volvo Ocean Race, da Cidade do Cabo (África do Sul) até Abu Dhabi (Emirados Árabes). O barco chinês comandado pelo campeão da Volvo Ocean Race Mike Sanderson teve o estai intermediário quebrado durante a travessia. Na linguagem técnica, o cabo chamado de D2 liga a cruzeta ao mastro. Para tentar solucionar a avaria, a tripulação voltou para a ilha de Madagascar, mas a equipe de terra não conseguiu colocar o veleiro de volta ao Oceano índico.
"Apesar da tristeza, nós fomos abençoados com o apoio infinito de amigos, familiares e companheiros, e os fãs têm sido ótimos. Nossos patrocinadores e parceiros têm nos inspirado com o apoio incondicional e positivismo", afirma Mike Sanderson.
Os chineses chegaram a surpreender os adversários, já que lideravam a flotilha com vantagem de mais de 370 quilômetros (200 milhas) sobre o segundo colocado quando o fato ocorreu. A alternativa foi regressar 1.300 quilômetros até a ilha africana.
"Estamos chocados. Estávamos liderando com vantagem significativa quando o fato ocorreu. Todo o trabalho foi interrompido e, por isso, todos choraram a bordo", relata o chinês Jiang He, o Tiger.
Em último na tabela, com apenas quatro pontos, o Sanya se distância do resto da flotilha da Volta ao Mundo. Na primeira perna, os chineses também suspenderam a navegação por problemas no veleiro. Ainda não foi definida a logística para transporte para Abu Dhabi. No dia 13 de janeiro está marcada a terceira Regata do Porto da competição.
Outros barcos também foram prejudicados pela mastreação. Na primeira etapa, o Puma e o Abu Dhabi interromperam a travessia. O Sanya não pontuou pelo mesmo motivo.
Ao todo, o trecho até os Emirados Árabes tem 5.430 milhas náuticas (10.060 quilômetros) e o primeira a chegar à zona de segurança foi Groupama, da França. Os próximos a completar o percurso até a área protegida contra ações de navios piratas foram Puma e o Telefónica. A posição dos veleiros não será informada.
Os franceses comandaram a flotilha depois de uma estratégia arriscada, com um caminho mais longo para buscar melhores rajadas. Camper é o quarto e o Abu Dhabi é o último.
Piratas da Somália -O Sanya não teria tempo de alcançar a flotillha e poderia atrapalhar a logística da VOR. Por medidas de segurança, os barcos devem parar nos próximos dias em uma zona protegida (não divulgada) no Oceano índico para evitar ataques piratas. O crime é comum na costa da Somália, que faz parte do caminho até o mar árabe.
"Os piratas inicialmente nos fazem lembrar homens bêbados, com perna de pau e papagaio no ombro. Infelizmente, a questão não é tão cômica", escreve Hamish Hooper, tripulante de mídia do Camper. "É um perigo muito real e presente. A Volvo Ocean Race leva a sério esse problema".
O time do Puma tem uma filosofia a bordo sobre o tema: ser inteligente, ser consciente, manter o barco em movimento e ficar longe de áreas de alto risco.
Classificação da VOR:
1° - Telefónica - 37 pontos
2° - Camper - 34 pontos
3° - Groupama - 24 pontos
4° - Abu Dhabi - 9 pontos
5° - Puma - 9 pontos
6° - Sanya - 4 pontos
Regata chega em abril em Itajaí (Santa Catarina) - A parada brasileira, em Itajaí, no litoral de Santa Catarina, está prevista para abril de 2012. O trecho entre Auckland (Nova Zelândia) e a cidade catarinense é um dos pontos mais sensíveis e estratégicos da Volvo Ocean Race. As equipes velejarão 6.705 milhas náuticas (12.424 quilômetros) - o maior trecho da competição - pelos temidos mares do sul e tendo de contornar o Cabo Horn, considerado um dos locais mais perigosos para navegação do planeta.
A vila da regata de Itajaí será aberta no dia 4 de abril de 2012, quando devem chegar os primeiros barcos. Depois de duas semanas de manutenção, as equipes disputam a Regata Pro-Am, no dia 20, a Regata do Porto, no dia seguinte, e largam para os Estados Unidos no dia 22 de abril.