O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), disse na terça-feira (19/06) que vai pedir à Corregedoria da Casa que investigue a denúncia de esquema de venda de emendas na Câmara dos Deputados, ilegalidade que seria liderada pelo deputado federal João Carlos Bacelar (PR-BA). A decisão atende pedido feito pelo PSol por meio de ofício protocolado nessa manhã.
“Ainda não recebi esse ofício, mas assim que receber vou encaminhar à Corregedoria para que ela faça a análise cabível”, disse. Marco Maia afirmou ainda que é comum parlamentares “conversem” sobre as emendas, para que um município não tenha um número maior de emendas do que outro.
“Não há crime nisso. É comum acontecer. Há situações em que o prefeito vem aqui depois das eleições e pede a todos os deputados que destinem emendas ao município ou alguma organização não governamental e, mesmo não tendo voto naquele local, destina-se a emenda”, disse.
“Agora, temos que investigar para saber que tipo de negócio há na indicação das emendas, mas isso só uma investigação mais aprofundada”, acrescentou.
Apesar da denúncia, Marco Maia negou que haja um esquema de compra e venda de emendas na Câmara dos Deputados. “Não há um esquema de compra e venda de emendas aqui na Câmara, o que há é uma denúncia localizada de um parlamentar da Bahia com mais outros dois deputados, que precisamos investigar para saber se isso de fato aconteceu”.
A denúncia de venda de emendas parlamentares foi apresentada em reportagem do jornal O Globo, publicada domingo (17), baseada em conversas gravadas nas quais a ex-mulher de Bacelar, Isabela Suarez, descreve o esquema. De acordo com a gravação, o deputado, que é empresário na Bahia, comprava emendas de outros deputados federais. Bacelar já é investigado na Câmara por outras denúncias.