O depoimento do governador de Goiás, Marconi Perillo, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira transcorria em clima de tranquilidade até que o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), perguntou ao governador se ele estaria disposto a autorizar a quebra de seu sigilo telefônico.
A pergunta provocou os deputados de oposição, que reagiram aos gritos. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse que o governador não estava depondo na condição de investigado e, por isso, a pergunta era inconveniente. "Ele não é investigado. O relator se perde, ele está aqui como testemunha", gritou o deputado, que foi apoiado pelo senador Mário Couto (PSDB-PA) e pelos deputados Ônix Lorenzoni (DEM-RS) e Vanderlei Macris (PSDB-SP).
O relator reagiu: "O governador Marconi Perillo é sim investigado pela CPI", respondeu Cunha, dizendo ainda que tem o direito de perguntar já que “houve pontos que não foram esclarecidos devidamente pelo governador”.
Já o governador Marconi Perillo não abriu mão de seu sigilo ao responder a pergunta feita pelo relator. Ele alegou não ver motivo suficiente nem fundamentação para quebra de sigilos. "Esta decisão, contudo, não me cabe, cabe à CPI e ao Judiciário. Vocês são quem devem tomar tal decisão", disse o governador.